Como lidar com a morte de um rato de estimação?
- Fanratics
- 23 de fev. de 2021
- 10 min de leitura
Atualizado: 23 de fev. de 2021

Quem realmente ama seus ratos e já perdeu ao menos um sabe a dor que é e quão difícil é superar esta perda. Não é incomum me perguntarem como eu consigo superar e esquecer o ratinho que partiu.
A verdade é que não consigo esquecer, ele sempre será uma parte de mim, pois eu o amei e sua lembrança estará sempre presente. Eu particularmente não gosto de ficar pensando em quando irão partir. Eu prefiro amá-los, mimá-los e ser amada por eles enquanto der, não consigo me imaginar vivendo sem meus ratos. Quando partem gosto de me imaginar assombrada por centenas de fantasmas de ratos felizes, isso me conforta.
Seu rato partiu, deixando você com um enorme vazio e a tristeza. É essencial seguir em frente, mas você deve entender que é necessário passar por um processo de luto. Não é incomum que muitas questões estejam passando por sua cabeça, as vezes seguidas de muita culpa.
Um fato horrível sobre os ratos é que eles vivem pouco, em média 2 - 3 anos, mas diferente de outros roedores eles ganham facilmente nossos corações com sua incrível inteligência e habilidade social.
Recuperando-se da dor de perder um
amigo de estimação

Primeiramente, é importante que você saiba que muitas pessoas não entenderão o seu luto. Não se irrite, isso se deve ao fato de ratos não serem animais muito populares quanto cães e gatos, as pessoas (principalmente as mais velhas) não compreendem o quanto ratos são especiais.
No entanto, somos todos humanos no final das contas e precisamos da ajuda e do apoio de outras pessoas. Não hesite em falar sobre sua perda com a sua família e amigos, explique para eles o quão importante o rato era para você. A falta de apoio de nossa família e amigos pode atrasar ou mesmo interferir em nosso processo de luto. As pessoas que te amam estarão ao seu lado, mesmo que não entendam a dor causada pela morte de um rato de estimação.
Se precisar de mais ajuda após a morte do seu ratinho, você pode sempre contar com grupos para tutores de ratos de estimação, a troca de experiência pode ser muito gratificante e valiosa. Ouvir as experiências de quem já passou por isso irá deixar sua mente mais leve, além de te ajudar a sentir-se valorizado e respeitado.
É importante que você compreenda que existem certos estágios de luto que ocorrem após uma perda. A velocidade que cada pessoa passa por estes estágios é variável e são compreendidos de: negação, raiva, culpa e, finalmente, aceitação. Nos primeiros dias, principalmente, você poderá sentir alguns sintomas físicos como crises de choro, perda ou excesso de apetite, insônia, falta de energia e irritabilidade. Outro sintoma comum é a perda de concentração e levar mais tempo do que o normal para realizar tarefas rotineiras. Isso é comum e expressar eles ajudará a aliviar a dor.
É muito importante que você não se esqueça de comer, dormir, fazer exercícios e administrar bem o estresse. Tudo isso é importante para uma recuperação rápida.
Nem sempre o tempo cura todas as feridas e precisamos de ajuda para encontrar uma maneira saudável de superar a dor de nossa perda. Muitos tutores de ratos gostam de escolher um vaso com uma planta bem bonita para enterrar seus ratinhos e ter uma coisa linda que lembre eles e é uma forma de mantê-los sempre por perto.
Eu gosto de repassar em minha cabeça todas as circunstâncias que levaram meu rato a morte, inclusive pensar, se eu tivesse feito algo diferente, se eu obteria um resultado melhor. Isso me ajuda, principalmente com meus outros ratos, pois caso haja um com características semelhantes, eu saiba quais passos tomar (e não tomar). Na maioria da vezes os tutores fazem todo o possível, então uma necropsia pode ajudar neste processo também.
Ajudando seus outros ratos a passarem pelo luto

Agora, se você foi um excelente tutor, acredito que você tenha ao menos mais um rato, certo?
Ratos são animais extremamente inteligentes e apegados aos demais membros da colônia. Então, é importante que você entenda que o ratinho que ficou, pode estar sofrendo muito, as vezes até mais que você. Então, além de você ter que se recuperar de seu luto, é importante que o ajude a passar por isso também, provavelmente ele está bastante confuso e não entende o que houve.
Sinais que seu rato está de luto:
Nós humanos expressamos nossa tristeza com lágrimas, palavras e de diversas outras maneiras. Nossos ratos não são capazes de se expressar da mesma forma, mas isso não significa que eles não estejam sentindo a perda. Então cabe a você observar alguns sinais que podem ser sutis a donos menos atentos:
• Recusar comida;
• Dormir além do comum;
• Letargia;
• Depressão;
• Inquietação;
• Param de se arrumar (grooming).
É muito importante estar atento a estes sintomas, pois tudo isso aliado ao estresse da perda pode abrir a porta para doenças e infecções secundárias. Estes sintomas são mais comuns de serem observados em ratos que vivem em duplas apenas, por isso sempre falamos de ter colônias de ao menos 3 animais.
Como ajudar seus ratos a passarem pelo luto
É importante que você saiba que para os animais, a morte é um processo natural, e os ratos desenvolveram entendimento sobre a mesma, vivendo processos de luto quando um companheiro falece.
Os animais não possuem uma consciência própria sobre a morte, eles não somatizam, ou seja, não sentem nenhum tipo de sofrimento emocional sobre o fim de sua vida, resistência a morrer, medo em relação a conceitos como o inferno ou o paraíso, que geralmente transformam este processo em algo bastante traumático para os humanos. Os animais vivem no presente, então o trânsito entre a vida e a morte é muito mais simples para eles.
Ajudar seus ratos a passarem pelo luto de perder seu amigo é de extrema

importância para a saúde física e mental deles.
Uma das formas para ajudar eles a entender é deixar que vejam, cheirem e se despeçam do falecido. Isso pode até parecer estranho, mas ajuda de forma natural, seus companheiros seguirem em frente. Eles irão compreender que seu amigo está morto e não voltará mais.
O que vai acontecer é que eles vão verificar e cheirar o nariz e a boca do amigo constantemente. Eles também limparão o rato e tentarão forçá-lo a reagir.
Outro comportamento natural é a pisar ou cutucar com frequência ao tentar fazer seu companheiro reagir. Depois de um tempo, eles perceberão a situação e não vão mais esperar que o amigo se levante.
Nesse ponto você deve remover o corpo do rato morto da gaiola.
Deixar o corpo muito tempo na gaiola não é higiênico, pois ele começará a liberar fluídos corporais lotados de bactérias, além do fato de seus outros ratos tentarão se livrar do corpo à sua maneira - comendo o falecido.
Eles fazem isso porque faz parte da mentalidade de uma presa, eles querem ter certeza de que o corpo não irá atrair predadores.
Se o seu rato estava afastado a algum tempo, como por exemplo, estar internado na clínica veterinária e falecer lá, pode não ser uma boa opção mostrar seu corpo, pois no entendimento dos que ficaram, você retirou da gaiola seu amigo vivo e está devolvendo ele morto. Já tive alguns relatos de donos que foram mordidos por seus amados ratos após isso acontecer e alguns relatos de ratos que passaram a ter medo de seus tutores por algum tempo.
Meu rato ficou sozinho, o que fazer?
Quando você possui uma colônia grande, é muito provável que os ratos confortem uns aos outros pela perda, embora não dispensem uma atenção sua extra, eles passarão muito mais facilmente e rapidamente pelo luto. Mas e se você possuía apenas dois ratos?
Este rato que ficou sozinho, perdeu seu único companheiro, e não têm mais ninguém com quem compartilhar a dor. Agora, ele irá precisar de você mais do que nunca e acredito também que você precise dele.
Os ratos te entendem mesmo sem palavras, sua presença e atenção ajudarão aliviar a dor que estão sentindo.
É de suma importância que após a morte de um rato, você passe muito tempo com o rato restante.

Neste ponto você deve deixar sua dor um pouco de lado e considerar se pretende continuar tendo ratos de estimação. Se a sua resposta for sim, a primeira coisa a se fazer é pensar em adquirir um ou mais companheiros para o ratinho que restou. É muito importante que este novo ratinho possua idade próxima do que o que você possui, mas caso você tenha um rato idoso e queira adquirir filhotes, é importante adquirir dois, para que eles possam brincar entre si e não importunar o velhinho em seu descanso.
Você não precisa, e nem deve esperar para adquirir um novo amigo, quanto mais cedo ele tiver companhia, menos ele irá sofrer. Os ratos processam tudo o que acontece em suas vidas, em grupo, recebem dicas de comportamento uns dos outros, e precisam do conforto um do outro.
Considere suas emoções ao comprar um novo rato para que sua decisão beneficie a todos. Lembre-se de que você precisa seguir em frente e ficar feliz com o novo rato tanto quanto o rato restante.
Se você não pretende ter mais ratos de estimação no momento, pegar outro rato só fará você acabar em um grande ciclo vicioso. Então, o que fazer?
Para você existem duas opções, a primeira eu indico apenas para animais jovens e saudáveis, que é a doação. Encontrar um novo lar, cheio de amor que possa receber seu ratinho é um ato de amor. Ele é jovem, saudável e precisa ter inteiração social com a sua espécie. Por mais que seja doloroso para você e para ele, condenar um rato jovem a uma vida de solidão (sem a companhia de seus semelhantes) é condená-lo a uma vida de sofrimento e depressão e acredito que nenhum pai ou mãe de rato quer isso para seus filhos.
Ao doar seus ratos, converse com os pretendentes, explique todos as manias, informe sobre o temperamento e se seu ratinho teve algum problema de saúde. Faça perguntas que te ajudem a determinar se o pretendente é um tutor adequado para seu ratinho.
Se seus ratos são doentios e / ou muito idosos, a mudança de lar pode estressá-los e levá-los a óbito, principalmente se houver um apego grande com o tutor. Muito dificilmente alguém adotará um rato doente ou com tumores, por exemplo. Neste caso a melhor opção é você manter eles com você, mas como ele estará sozinho, é de suma importância que você consiga dar no mínimo 4 horas diárias de atenção para ele.
No período de luto, passe mais tempo conversando com ele e, principalmente, acariciando-o. Assim como nós, os ratos necessitam de apoio extra para ajudá-los no processo de luto. Esse tempo extra juntos será benéfico para vocês dois, já que estudos mostraram que acariciar e conversar com animais reduz o estresse em humanos. Ofereça petiscos saborosos para ele, como um pedacinho de chocolate ou outra comida que ele ame. Certifique que ele está comendo o suficiente.
Esteja atento a infecções bacterianas, pois são comuns em ratos que sofrem de estresse agudo. Ao primeiro sinal de que algo não está normal, leve-o ao veterinário para que seja examinado.
Ajudando as crianças a passarem pelo luto
Se você possui filhos, é importante considerar as emoções das crianças neste momento, pois para eles a ideia de morte é uma coisa bastante complicada para ser processada.
Então, o que fazer para que eles entendam e aceitem de forma tranquila?
1) Diga a verdade! Embora gostamos de pensar que não, as crianças sabem o que está acontecendo e, quando mentimos para elas, além de estar ensinando a mentir, transmitimos a mensagem de que não queremos lidar com seus ressentimentos.
2) Ajude-o a compreender que todos os seres possuem um tempo limitado e a ser grato pelo tempo que passaram juntos e por todas as alegrias que o rato proporcionou a ele e ele ao rato. Caso o animal não tenha falecido, ensine ele a aproveitar o tempo que ainda resta a eles, isso ajudará a intensificar os sentimentos de amor, compaixão e gratidão. Saber que o fim está próximo é triste, claro, e é importante aceitar esses sentimentos - mas não insistir neles.
3) Dê a eles uma chance de dizer adeus . As crianças precisam de um encerramento tanto quanto nós. Sumir com o animal enquanto as crianças não estão presentes, priva elas do encerramento e do luto. Não é porque são crianças que não merecem ter seus sentimentos respeitados.
4) Caso precise fazer eutanásia no ratinho, deixe claro que essa decisão é a de um adulto que você está tomando. Você deve perguntar como eles se sentem a respeito e até mesmo o que fariam, mas deixe bem claro que infelizmente o animal estava sofrendo muito e não havia mais nada que pudesse ser feito por ele. É importante que saibam que a decisão é sua.
5) Permita que as crianças sofram e que entendam que você também está sofrendo. Compartilhe sua tristeza, mas também compartilhe memórias felizes - incentive-os a fazer desenhos, postar fotos ou até mesmo escrever poemas ou cartas sobre seu animal de estimação. Você pode ajudá-los a criar um memorial para o ratinho. Deixe que fiquem tristes, mesmo que você ache isso exaustivo.
É importante que as crianças entendam a perda de um animal, pois assim aprendem que podem tolerar a perda, a tristeza e a dor.
Uma frase muito bonita do escritor Jon Katz, parafraseando Aristóteles, diz que “para realmente saber como amar algo, você tem que perder algo”. Dessa forma, cada rato que perdemos é um presente.
Teorias sobre o além:
É comum que algumas religiões contemplem a possibilidade de que os animais reencarnem, para que passo a passo possam adquirir experiências durante a vida e para que possam crescer espiritualmente.
Passam por um processo de integração das experiências que tiveram em vida, antes de reencarnarem novamente em um outro animal da mesma espécie ou de espécies diferentes.
Acredita-se que quando os animais suportam duras enfermidades durante longos períodos de tempo, que estes estão à espera de que seu humano cuidador amadureça emocionalmente e se encontre preparado para “deixá-lo ir”.
O corpo físico do animal se transforma em um corpo energético, que é liberado no momento em que este falece.
Os animais retornam às energias divinas da natureza, onde voltam a ser novamente um com a entidade geradora da vida.
Dentro dos ramos mais modernos provenientes das crenças judaico-cristãs, os animais que nos acompanharam em vida, estão a nossa espera no paraíso.
Encontram-se em espaços de brincadeiras, desfrutando de outras classes de experiências em um corpo astral diferente.
Se o humano não assumir positivamente a morte do seu animal de estimação, este não poderá se elevar para um plano superior e vagará em espaços escuros procurando inutilmente acalmar a ansiedade do dono.
(trecho retirado de https://meusanimais.com.br/para-onde-vao-os-animais-depois-da-morte/amp/)
Concluindo:
Perder um animal de estimação nunca é fácil. É um período difícil, de muita emoção, mas é importante que você saiba que não importa o quão difícil pareça no início, a vida continua. Reserve um tempo para que você possa se reestabelecer e não esqueça de ajudar seus demais ratos a passarem por isso.
O carinho e vínculo entre você e os ratos restantes pode ser um grande conforto mútuo.
Não se feche e fale com as pessoas para amenizar sua tristeza.
É natural que você e seus ratos fiquem de luto.
Se perdoe, se você deu a eles a melhor vida possível, atendendo suas necessidades básicas até o final, tenha certeza que eles foram muito felizes!
Se dê um tempo e siga em frente.

Esta matéria eu dedico especialmente a Camila e seu ratinho Anatoly, que após uma luta exaustiva foi descansar na ponte do arco-íris.
Já perdi vários por fim de ciclo. Esse mês perdi dois. Dominic e Cirus. O segundo morreu semana passada e o irmão ficou sozinho . Hj o Dominic se foi de repente . Dos três irmãos ,restou a Tereza e a prima Picoca.
Perdi minha ratinha fazem duas semanas, e ficou a irmã dela,
tem 1 ano e 11 meses, ela é bem ativa, brinco com ela na minha cama todos os dias! Meu coração não suporta muito perdas, e não sei lidar com isso,
e não quero passar novamente por uma situação dessas, será que posso ficar só com ela? não suportaria doar!
Quero muito ter um mais onde eu moro não vende como que eu faço pra comprar um?
Estou muito abalado emocionalmente. Perder alguns tios e tias não se compara a essa dor que estou sentindo. Doaria tempo da minha vida pra ele. Eu Amo profundamente e não serei capaz de superar o luto, se tornará patológico. Eu ficava com ele 12h por dia, todo dia. Sei: Músicas preferidas, Comidas, Carinhos, Brincadeiras, Tecidos e Enconderijos que ele mais gostava, eu me arrependo de não ter dado uma gaiola ainda maior, um novo irmãozinho. E sinto ter traído meu ratinho ao optar pela eutanasia quando eu o vi sofrer. Mas não aguentava vê-lo sofrer. E estou em conflito
Oi, é mencionado neste post que podemos procurar ajuda em um grupo de tutores para compartilhar experiências como o luto. Vocês saberiam indicar algum grupo desse tipo que possamos contatar e compartilhar experiências on-line?